Você chegou, mas talvez tenha se adiantado.
Não sabemos como você veio parar aqui. No entanto, agora é tarde.
Alguns chamam de Estação Godot, embora ninguém jamais a tenha encontrado em mapa algum. É o chiado. Aquele ruído entre duas faixas de vinil quando a agulha patina no sulco e por meio segundo ouves algo que não foi gravado, mas que estava lá o tempo todo. É a última parada antes do esquecimento. Contudo, o esquecimento não é destino; é método.
É a falha no sinal, a interrupção não autorizada na programação regular. Ou ainda: a pausa longa demais entre dois pensamentos. Lembra daquele silêncio constrangedor quando você percebe que esqueceu o que ias dizer mas já é tarde demais para voltar atrás? Aqui é um lugar (se é que podemos chamar assim algo sem coordenadas) pra quem já entendeu que nada vai acontecer – e mesmo assim fica esperando.
Somos crianças, e estamos apenas começando.

Próximas Conspirações



Um cineclube fora da curva, fora do horário e, quando possível, fora da lei.
Não exibimos filmes. Evocamos entidades presas em rolos de celuloide, em fitas magnéticas, em discos riscados de DVD.
Obras malditas, esquecidas, censuradas ou apenas mal compreendidas. Filmes que nunca deveriam ter existido – ou que só agora, neste colapso lento e prolongado do real, começam a fazer sentido. As sessões acontecem em locais provisórios, zonas autônomas temporárias. Não há cartaz. Não há bilheteria. Só um código secreto, um rumor, um convite errado entregue à pessoa certa.
É melhor chegar cedo.
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